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fevereiro 16, 2011

PRÓLOGO MAIS

PRÓLOGO MAIS

Por Marco A de Araújo Bueno

As coisas sobre cuja ciência nada sei – eu as desejo intocadas, encantoadas.
Exercem sobre mim tamanho fascínio, de tão assustadoras e ingênuas, que as prefiro flutuando alhures, sem captura plausível. Não ouso corromper o encanto e o espetáculo que elas encenam quando querem, quando caseiam. Ou quando as fazem casear aqueles que, de bom grado, aceitaram a roupagem de nome e etiqueta com as quais as desnudaram e exibiram.
E não porque sejam sacanas – uma madame Courier e o Rádium dela, o Moëbios e sua ‘banda’; o Einstein com sua sedutora E=M.C 2. Nem Lacan com os matemas, algoritmos.
Nem é casual que assim seja, pois o lingüista Saussure mostra que a relação entre os nomes e aquilo que buscam representar, embora arbitrária, é necessária à significação. Que seja.
A filosofia de toda ciência é um inventário de pequenos a enormes constrangimentos. Gaston Bachelard tanto o soube que dizia das teorias – são a constante reforma de uma ilusão.
Se as desejo intocadas, encantoadas, é justo por fazer da ilusão, a própria condição desse desejo.
Quando, casualmente, surpreendo uns marmanjos do saber – e suas simplificações sedentárias – ou uns ajumentados jovens pensadores (e sua prepotência estressada), quando os flagro tagarelando, excitados, sobre os signos das coisas, cuja representação, convencionaram existir, não raro, também fico excitado.
Tudo se dá como se, por vulneráveis frestas de sentido, eu perscrutasse, ‘voyeur’, a intimidade de um puteiro; ou a própria devassidão dos...adultos.
Será desse despropósito das palavras (não me apraz colocar um Manoel de Barros em nota de rodapé) e pelo fio de humor de um L.F.Veríssimo que, para logo mais (e com muito menos) cruzarei pontes de Safena para atingir plantações de falácias em meus textos. Malgrado.∞









fevereiro 08, 2011

PRIMEIRO POEMA SENTADO

Primeiro Poema Sentado - (Vi-me)

Por Marco A. de Araújo Bueno







PRIMEIRO POEMA SENTADO

Por Marco Antônio de Araújo Bueno



E quando deito a mão no texto,

Espreguiçando interjeições;

E quando estico os travessões

A incestuar uns meus vocábulos;

E quando tudo se coliga

E se tensiona no espreguiço,

Eu me desato e vou à lona,

Insatisfeito de capricho.

Eu me aboleto à Barcelona,

Em vã desforra minimal

Que, em sua forma de cadeira

(E conteúdos ancestrais)

Em pós-modernas intenções,

Só bem me acolhe se me oprime

As tantas vísceras demais;

Que não derrapem no seu couro.